segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A quem interessar possa...

Eu não tenho culpa. Não fui eu quem fez as coisas ficarem assim desse jeito que não entendo, que não entenderia nunca. Você também não tem culpa, vou chamá-lo de você porque nin-guém nunca ficará sabendo, nem era preciso, a culpa é de todos e não é de ninguém. Não sei quem foi que fez o mundo assim horrível às vezes quando ainda valia a pena eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes muito antes dos edifícios dos bancos da fuligem dos automóveis das fábricas das letras de câmbio e então quem sabe podia tudo ser de outra forma depois de pensar nisso eu ficava alegre quem sabe quem sabe um dia aconte-ceria mas depois pensava também que não ia adiantar nada e tudo começaria a ficar igual de novo no momento que um homem qualquer resolvesse trocar duas pedras por um pedaço de madeira porque a madeira valia mais e de repente outra vez iam existir essas coisas duras que vejo da janela na televisão no cinema na rua em mim mesmo e que eu ia como sempre sair caminhando sem saber aonde ir sem saber onde parar onde pôr as mãos os olhos e ia me dar aquela coisa escura no coração e eu ia chorar chorar durante muito tempo sem nin-guém ver é verdade tenho pena de mim e sou fraco nunca antes uma coisa nem ninguém me doeu tanto como eu mesmo me dôo agora mas ao menos nesse agora eu quero ser como eu sou e como nunca fui e nunca seria se continuasse me entende eu não conseguiria não você não me entendeu nem entende nem entenderia você nem sequer soube sabe saberá amanhã você vai ler esta carta e nem vai saber que você poderia ser você mesmo e ainda que soubesse você não poderia fazer nada nem ninguém eu já não acredito nessas coisas por isso eu não te disse compreende talvez se eu não tivesse visto de repente o que vi não sei no mo-mento em que a gente vê uma coisa ela se torna irreversível inconfundível porque há um mo-mento do irremediável como existem os momentos anteriores de passar adiante tentando arrancar o espinho da carne há o momento em que o irremediável se torna tangível eu sei disso não queria demonstrar que li algumas coisas e até aprendi a lidar um pouco com as palavras apesar de que a gente nunca aprende mas aprende dentro dos limites do possível acho não quero me valorizar não sou nada e agora sei disso eu só queria ter tido uma vida completa elas eram horríveis mas não quero falar nisso podia falar de quando te vi pela primeira vez sem jeito de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais e seria bom que eu não tivesse visto nunca mais porque de repente vi outra vez e outra e outra e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces não me importo de ser vulgar não me importa o lugar-comum dizer o que outros já disseram não tenho mais nada a resguardar um momento à beira de não ser eu não sou mais tudo se revelou tão inútil à medida em que o tempo passava tudo caía num espaço enorme amar esse espaço enorme entre mim e você mas não se culpe deixa eu falar como se você não soubesse não se culpe por favor não se culpe ainda que esse som na campainha fosse gerada pelos teus dedos eu não atenderia eu me recuso a ser salvo e é tão estranho o entorpecimento começa pelos pés aquela noite eu ainda esperava quase digo sem querer teu nome digo ou escrevo não tem importância vou escrevendo e falando ao mesmo tempo com o gravador ligado é estranho me desculpa saí correndo no parque e me joguei na água gelada de agosto invadi sem ter direito a névoa dos canteiros destaquei meu corpo contra a madrugada esmaguei flores não nascidas apertei meu peito na laje fria do cimento a névoa e eu o parque e eu a madrugada e eu costurado na noite cerzido no escuro porque me dissolvia à medida em que me integrava no ser do parque e me desintegrava de mim mesmo preenchendo espaços aqueles enormes es'paços brancos terrivelmente brancos e você não teve olhos para ver que o parque era você a água você a névoa você a madrugada você as flores você os canteiros você o cimento você não teve mãos para mim só aquela ternura distraída a mesma dos edifícios e das ruas mas eles me desesperavam você me desesperava eu não quero falar nelas mas elas estão na minha cabeça como os meus cabelos e as vejo a todo instante cantando aquela canção de morte a minha carne dilacerada e eu ridículo queria ter uma vida completa você não se parecia com Denise tinha os olhos de mangaba madura os mesmos que tive um dia e perdi não sei onde não sei por que e de repente voltavam em você nos cabelos finos muito finos finos como cabelos finos 'minto que me bastaria tocá-los para que tudo fosse outra vez mas não toquei eu não tocaria nunca na carne viva e livre eles me rotularam me analisaram jogaram mil complexos em cima de mim problemas introjeções fugas neuroses recalques traumas e eu só queria uma coisa limpa verde como uma folha de malva aquela mesmo que existiu ao lado do telhado carcomido do poço e da paineira mas onde me buscava só havia sombra eu me julgava demoníaco mas não pense que estou disfarçando e pensando como-eu-sou-bonzinho-porque-ninguém-me-ama eu me achava envilecido me sentia sórdido humilhado uma faixa de treva crescia em mim feito um câncer a minha carne lacerada estou dentro dessa carne lacerada que anda e fala inútil a carne conjunta das xifópagas e o vento um vento que batia nos ciprestes e me levava embora por sobre os te-lhados as cisternas as varandas os sobrados os porões os jardins o campo o campo e o lago e a fazenda e o mar eu quero me chamar Mar você dizia e ria e ríamos porque era absurdo alguém querer se chamar Mar ah mar amar e você dizia coisas tolas como quando o vento bater no trigo te lembrarás da cor dos meus cabelos você não vai muito além desses príncipes pequenos suas palavras todas não tenho culpa não tenho culpa eram de quem pedia cativa-me eu já não conseguiria bem lento eu não conseguiria eu não sei mais inventar. a não ser coisas sangrentas como esta a minha maneira de ser um momento à beira de não mais ser não me permite um invento que seja apenas um entrecaminho para um outro e outro invento mesmo a destruição tem que ser final e inteira qualquer coisa tem que ser a última uma era inteira e a outra nascia da cintura e existia só da cintura para cima como um ipsilone mole esponjosa uma carne vil uma carne preparada por toda uma estrutura de guerras epidemias pestes ódios quedas eu me sentia culpado ao vê-Ias assim nosso podre sangue a humanidade inteira nelas que não riam e cantavam aquela sombria canção de morte brutalmente doce elas cantavam e minhas costas doíam como se eu sozinho as sustentasse e não uma à outra mas eu eu com este sangue apodrecido que assassina crianças de fome droga adolescentes bombardeia cidades e também você e todos nós grudados indissoluvelmente grudados nojentos mas me recuso a continuar ninguém sofrerá por mim sem mim chorar ninguém entende nem precisa nem você nem eu o anel que tu me deste sobre a folha que me contém sem compreender sem compreender que você carrega toda uma culpa milenar e imperdoável a História como concreto sobre os teusmeusnossos ombros Cristo sobre nossos ombros todas as cruzes do mundo e as fogueiras da inquisição e os judeus mortos e as torturas e as juntas militares e a prostituição e doenças e bares e drogas e rios podres e todos os loucos bêbados suicidas desesperados sobre os teus meus nossos ombros leves os teus porque não sabes sim sim eu tenho culpa não é de ninguém esse desgosto de lâmina nas entranhas não é de ninguém esse sangue espantado e esse cosmos incompreensível sobre nossas cabeças não posso ser salvo por ninguém vivo e os mortos não existem a fita está acabando começo a ficar tonto a dormência chegou quem sabe ao coração talvez eu pudesse eu soubesse eu devesse eu quisesse quem sabe mas não chore nem compreenda te digo enfim que o silêncio e o que sobra sempre como em García Lorca solo resta el silêncio un ondulado silêncio os espaço de tempo a nos situar fragmentados no tempoespaçoagora não sei onde fiquei onde estive onde andei nada compreendi desta travessia cega a mesma névoa do parque outra vez a mesma dor de não ser visto elas gritam sua canção de morte este sangue nojento escorrendo dos meus pulsos sobre a cama o assoalho os lençóis a sacada a rua a cidade os trilhos o trigo as estradas o mar o mundo o espaço os astronautas navegando por meu sangue em direção a Netuno e rindo não não quebres nunca os teus invólucros as tuas formas passa
Lentamente a mão do anel que eu te dei e era vidro depois ri ri muito ri bêbado ri louco ri ate te surpreenderes com a tua não dor até te surpreenderes com não me ver nunca mais e com a desimportancia absoluta de não me ver nunca mais e com minha mão nos teus cabelos dis-tante invisível intocada no vento
Perdida a minha mão de espuma abrindo de leve esta porta assim:

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Você foi...
O maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci

Você foi...
Dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples pra mim

Você foi...
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu

E é por essas e outras
Que a minha saudade
Faz lembrar
De tudo outra vez.

Você foi...
A mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu

Você foi...
O caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...

Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...

Ah!
Você foi!
Toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi!
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez....


Pelo 23..

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

Arnaldo Jabor

sábado, 20 de agosto de 2011

Eu entro no buraco no chão atrás do coelho branco. E começa uma viagem surreal, como se eu fosse mesmo parte do livro, como se fosse tudo surrealmente real.
Uma tarde fria, seca, ensolarada e nós. Atravessando por mares tão conhecidos rumando para qualquer lugar que nos tire do tédio. As aves gritam, não sei se de frio, não sei se de fome.. E seguimos viagem. Durante alguns momentos silenciamos, sem uma palavra trocar. De repente confissões inesperadas sobre o que realmente somos, na individualidade de cada uma.

-Eu gosto de mar.
-Eu gosto da lua. Quando tá pertinho.. Mas esse sol tá bonito, olha lá - e aponto
-Mas vai chover.. nosso passeio vai ficar mais divertido..

Passamos por entre becos e ruas estreitas, te toco as vezes só pra saber se és de verdade. E és.
Estás realmente aqui.. Mas é engraçado, parecemos personagens de filmes diferentes, que se unem pra contar uma história inventada pra fazer acalmar os corações. Então seguro a tua mão.

-Adoro as tuas mãos quentinhas..
-Estão sempre quentes..
-É. Eu gosto disso em ti..
-Vem tá começando a chover! Me pega!

Eu corro e caímos no buraco numa velocidade quase que nula e enquanto caímos, posso observar teus movimentos lentamente e a forma como teus lábios libertam as palavras.. Me encantas, sabia?

-Tá muito frio, vamos beber algo! Uma cachaça forte!
-Vamos! Eu te espero aqui..

Volta com o copo de whisky cheio de vodka com suco de laranja.

-Bebe, pra esquentar..

Bebo. Olho nos olhos e continuamos caindo, sem saber onde vamos chegar, nem se vamos parar.

-Sou mulher de uma noite apenas.
-Tenho apenas uma chance pra te conquistar. Um segundo de um minuto inteiro.
-Use bem esse minuto que tens..

Enquanto caímos troco coisas de lugar, como que compactasse tudo e jogasse em uma pasta velha cheia de fotos e cartas e lembranças que só não jogo fora pois tenho pena de um dia precisar deles e não estarem mais lá. Tenho medo.
Pego tua mão, sinto teu cheiro.

-Deita no meu colo, deixa eu te dar carinho..

Não.. não. não..não.. não posso. De novo não, não posso sentir isso de novo. Como quem gosta de tapar uma ferida com outra. É, eu gosto. E já estou sentindo. Gracias. E como é bom.

-Não me provoca, sou masoquista. E Sádica. Me diz tudo que queres que eu faça, que eu farei tudo ao contrário.. É sério. Muito sério.
Eu falo. Tudo que não quero sentir, rezando pra sentir logo. -Não me pega assim, não me toca assim, não me beija assim.

-Então eu farei tudo ao contrário do que esperas.. Não gosto de satisfazer expectativas.

Pronto. Chegamos. Entramos nesse lugar estranho para nós duas, mas curioso.

-Dois cafés, por favor. Te conquisto com o café e o cigarro. Vou aproveitar bem esse minuto, prometo.
-Foi divertido, devemos fazer isso mais vezes.. por mim, podemos fazer sempre.
-Quero te ver essa noite, vamos dormir de conchinha?
-VAMOS!

Não sofro com a pretensão de ser alguém importante, não. Sinto cada pedacinho de nós tão perto nesse momento, enquanto minha mão passeia pelo teu cabelo que já não penso em nada.
Me entrego e perco o pudor, na melhor definição do que acontece. Perdemos o pudor.
E continuamos caindo e perdendo e achando e.. Na simplicidade do que é terno, sinto teu beijo e te sinto, como ainda não havia sentido ninguém..

Se vou acordar? Não sei.. Um dia de cada vez, pois eu posso ter a necessidade de ter alguém diferente amanhã de manha..

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Existe algo mais real do que um fantasma?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegariamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.


Você não ligou quando eu disse para ter cuidado..

Luz e sentido e palavra, palavra
É que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...

Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante...

Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...(2x)

Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato...

Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...{4x}

Ou então não terás jamais
A chave do meu coração...

Luz e sentido e palavra, palavra
É que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...

Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante...

Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...(2x)

Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato...

Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...{4x}

Ou então não terás jamais
A chave do meu coração...

mas quando a onda passa...

terça-feira, 16 de agosto de 2011



Eu me torturo diariamente só pra ter o gostinho de te amar mais um pouco, mesmo que seja na dor.


Só assim.. sinto você bem perto de mim.. outra vez...

1 e 1 e 1

É estranho como algumas coisas podem ter várias interpretações ao mesmo tempo. Eu vejo cada uma delas e imagino um milhão de coisas que podem estar se passando dentro da tua cabeça, mas sempre vem aquele feeling de imaginar tu dizer "tu entende tudo errado" "isso não tem nada a ver" ou "bah tais viajando" ¬¬
Se tantas vezes eu tivesse entendido as coisas do jeito que eu sabia que elas eram (e não procurando algo oculto ou alguma coisa errada), talvez eu não estivesse aqui escrevendo sobre isso agora.

Foi um mês difícil. Ter de me deparar com tanta coisa pra resolver e não ter o teu abraço pra me confortar, não ter o teu 'boa noite' pra ter um sono tranquilo, tem sido muito difícil essa adaptação. Eu não sabia que era tão dependente assim até descobrir da pior forma possível que eu realmente era.
Eu ouço várias coisas.. Às vezes tudo faz sentido, mas de repente já não vejo mais razão pra acreditar que isso é o certo. Não é consolo algum ouvir, seja de quem for, que não é culpa minha. Nunca foi e nem nunca será consolo.

Das coisas que eu ouço de ti, tão poucas fazem sentido.. Algo que eu ainda acredito com toda a força do meu coração é que ainda existe amor. Eu sei disso. Não há motivos ou razões suficiente bem argumentadas pra dizer que o amor acabou. Não, eu não acredito nisso.
E sabe o que é pior? Eu sei que nem tu acredita nisso.

Fico pensando.. Se buscar a felicidade não era o nosso plano, irmos buscá-la juntas.. E se tu desistiu desse plano, valeu mesmo à pena jogar tudo o que construímos ao longo dessa caminhada fora, pra buscar um sonho sozinha? Vale à pena viver tudo o que a gente sonhou ou mais até, distantes?

Se era uma confusão interna.. Eu não poderia estar ali pra te ajudar e te dar bons motivos pra vencer isso juntas? Acredito que nos devíamos isso. Acredito que era o melhor a se fazer.

Sinto tua falta todos os dias.. Tu eras o colorido da minha vida. Teu amor me fazia querer ser o melhor que eu pudesse pra mim, pra ti, pra nós.. Sinto tua falta agora, senti tua falta ontem, vou sentir amanhã.. Cada dia que passar a tua ausência vai doer um pouco mais, pois cada dia é um mais distante do meu sonho bom.

Não te culpes por me fazer sofrer, juro. Se tiveres algum peso, que seja então o peso de saber que eu não escolha, Eu fiquei sem alternativas, pois tu preferiu assim..

"Não me esqueça por tão pouco
Nem diga adeus por engano "

Estamos separadas há exatamente 1 mês e 1 dia e a 1 semana de completar 2 anos juntas.

Irônico né? Nunca pensei que eu fosse odiar tanto a matemática. Mas quando se trata da matemática que conta o tempo que estou longe de ti, eu preferia mil vezes ser das humanas, como tu. Talvez se eu fosse mais humana eu conseguisse te entender e te fazer feliz..


domingo, 7 de agosto de 2011

Tudo parou
Você falou
Como se você calculara
Pra me magoar

Eu me virei e caminhei
Não mais olhei
Pra tua cara
Descobri o que é chorar

A visão turva
Água da chuva
Não mais iria simular
A lágrima

Quando eu cheguei
Me deparei
Com que eu iria te mostrar
Caso eu ouvisse o sim
Você não sabe o quanto eu planejei
Muito menos o quanto que eu chorei
Ao perceber que você se foi

Você nem em sonhos consegue ver
Tudo o que eu escrevi pra você ler
Ou para eu recitar pra você dormir...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"Quando você ama alguém como eu amava, essa pessoa faz parte de voce. É como se estivessem ligados por um elo invisível e não importa quão distante estejam. Voce sempre pode sentí-la. E agora sempre que eu alcanço esse elo, sei que não há ninguém do outro lado e sinto como se estivesse caindo no nada."

Eu também nunca vou calar sua boca com um beijo e nenhuma das nossas brigas vão acabar na cama. Eu nunca vou te observar enquanto você dorme e nunca vou fazer cafuné em você quando você estiver com a cabeça deitada no meu peito. Não vamos passar tardes assistindo filmes românticos debaixo das cobertas e comendo brigadeiro. Também não vamos passar madrugadas acordados conversando. Nossos planos não vão se concretizar. Não vamos contar aos nossos filhos a longa e estranha história sobre como nos conhecemos. As pessoas não vão olhar pra nós e falarem sobre como nós somos bonitinhos juntos. Não vamos discutir sobre quem vai levantar pra apagar a luz do quarto. Não vamos ter um futuro.Tudo isso poderia ter acontecido, mas não vai. Porque nós dois fomos feitos pra nos conhecermos, nos apaixonarmos, mas não pra ficarmos juntos.

=(

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Pepsi, se ela continua sorrindo, se ele continua dançando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Martha Medeiros

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Need you now..

O curioso dessa música, é que a primeira vez que eu a ouvi eu lembro que tava com o coração apertado de tanta saudade... eu estava em casa e tu estava em SVP e quando tocou no Glee eu pensei -Nossa! essa música é minha..
Mas pensei duas vezes e pra não ouvir - Não sei como tu consegue gostar dessa viadagem de Glee; eu pensei duas vezes e resolvi não te mostrar..

Dada a situação, a cada vez que eu a ouço sinto mais vontade de cantar pra ti..

No fim eu axo que tu terias gostado..


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Egoísmo?

Sentir falta das coisas que se teve, dos momentos bons, recordar um tempo que se era feliz..
Isso é recorrente nos meus dias.. Mas será que é egoísmo? Querer voltar apenas pelo que foi bom?
Não será egoísmo querer o outro apenas pelo bem que lhe faz?
Eu não sei. Talvez eu seja egoísta mesmo.
Mas será que só eu penso antes de dormir, que falta alguma coisa?
Pra mim falta.. falta o boa noite e o "eu te amo", falta o carinho, falta a certeza de que tava com alguem que me valorizava, alguem que me abraçasse, alguem que se sentisse segura comigo (não me diga AGORA que não), falta ela.. E falta o "nós" de tardes de risadas e chocolates e guloseimas e amor..