sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Olha, tudo por aqui me parece um tanto desconexo; quando digo aqui, me refiro ao lado de dentro.
Dentro de mim, entenda.
Às vezes tenho a sensação de que há um buraco tão profundo na minha alma, que parece existir lá no ponto mais ínfimo de mim um infinito negativo, que deixa tudo que passa pelo meu eu mais puro - escondido. Lacrado. Selado. E eu não consigo alcançar. Essa oscilação de camadas que me formam, guia tudo para uma parte de mim que até então não fui apresentada. Me desculpo pela amplitude do sentido vago que eu deixo solto em cada coisa, mas infelizmente eu sou o que há para o momento. Não posso prometer mundos se meus pés estão no chão e tão pouco posso te dar os céus se mesmo o meu coração ainda não retornou de lá. Esse vasto pedaço desconhecido que eu tenho ainda não me levou para qualquer lugar. Mas pior que isso, pode acabar levando nós duas nessa torrente de "estou longe daqui".
O espaço herdado de cada um é o que limita a qual distância nos é possível tocar o outro.
Nessa fenda imensurável, a única coisa que nos cabe é o tempo.

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