sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sabe... esses dias eu li algo que mexeu comigo "lembro de que eras capaz de me reconhecer no escuro"... sempre fui capaz mesmo, até nos piores momentos eu sabia onde estava cada pedacinho tu, mesmo que ao meu lado, mesmo que de costas na cama, mesmo que não precisássemos falar nada. Eu sei que algum dia, tu vai ler isso e talvez a gente se arrependa (ou não) de ter jogado tudo fora. Quando digo tudo, não me refiro ao NÓS, mas a tudo mais que isso representava, que NÓS sabemos bem o que era.
Sinto vontade de te procurar e dizer mais uma vez todo o meu repertório que já conheces por inteiro, "sinto tua falta" "tu ainda é uma parte enorme da minha vida" "sinto falta de saber que eu sou importante pra ti tambem"... poisé...
Eu não sei que rumos a tua vida tomou, pra falar a verdade a minha tá meio desenfrada...
Mas ontem enquanto eu via a chuva cair, sentada na minha varanda, fumando meu carlton e ouvindo os bons discos de beatles que eu queria tanto que tu ouvisse comigo, eu senti um aperto no coração tão grande, um nó na garganta, o nó das coisas mais resolvidas, do que ficou no acaso, e das coisas que eu senti vontade de dizer mas sei que não fariam mais diferença.
Quando me dizem pra deixar isso pra lá me dá uma revolta enorme por dentro, pq eu me pergunto todos os dias se ainda faria diferença na tua vida a minha presença...
A maior ilusão da vida é axar que a gente é responsável pelo proprio destino, pois se eu pudesse mudar tudo isso e ainda ter algum propósito na tua vida, eu sei que eu poderia. Mas eu não posso te procurar, pois eu não consigo.
Lembro que por essas épocas no ano passado, eu tava tão eufórica por saber que eu ia te dar um presente pra tu nunca mais esquecer de mim, que tu lembraria de mim sempre.
Então, nesse natal, já que eu nunca terei coragem de te ligar, e mesmo se tivesse seria pra ficar por horas chorando no telefone. Eu só faço um pedido: se pensar em mim por algum momento, coloca Let It Be pra ouvir, no teu celular, no radio, no computador, em qualquer lugar.. Eu não tenho os cds pra ouvir, mas eu vou ouvir no meu disco tambem, pq eu sei que essa era a nossa filosofia e um dia a gente ainda vai resolver isso.
Nada se perde, tudo se transforma né? Pelo menos eu axo que o que um dia foi grande poderia ter se transformado em algo maior se a gente não fizesse as coisas da forma mais difícil sempre.

Hasta!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“Já tinha um mês e resolvi ir nessa festa com cara de festa que você vai. Toda pessoa de cabelo cheio que entrava eu achava que era você. Assim como acho quando estou na rua, no supermercado, na fila do cinema, dormindo. Virei uma caçadora de pessoas cacheadas. Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Eu vejo você parecendo um leãozinho no fundo da festa. Suando e analisando. O rei escondido escolhendo a presa que não vai atacar. Com sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam baixas nos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Em volta um riozinho melancólico e no centro o sol feliz e novinho chegando. E tudo isso vem forte como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago. E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você desmaia quando faz exame de sangue. E como eu gosto de você por isso. E como eu queria tirar todo meu sangue em pé pra você jamais cair. E como eu gosto de você por causa do e-mail que você mandou pro seu amigo com problemas. Como gosto quando você lembra de alguém e precisa demonstrar naquela hora porque tem medo da frieza das suas distrações. Suas listas de culturas e atenções. Os vasinhos. Os vasinhos coloridos da cozinha me matam. A história do milagre que te salvou da queda da estante. Você arrepiado falando em anjos. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar.” (Tati Bernardi - Consideração)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

DESconstruindo Priscilla

Do DESencanto, ficou a experiência que traz o auto-conhecimento;

Do DESafeto, nem lembro mais o jeito, pois já não o guardo por ninguém;

Do DESalento, eu aprendi a crescer na dificuldade, só e no meu canto;

Do DEScontentamento, presente diariamente nas tarefas que me desagradam, fica a vontade de progredir, não importa como;

Dos DESamores, só resta a lembrança do que passou e a certeza de que seguir em frente era de extrema necessidade;

Do DESapego, a pungência dos sentidos, atentando para o fato de que nada neste mundo é meu, além da minha propria alma;

Do DESespero, aprendi que se debater e trancar-se dentro da própria mente nunca libertou ninguém.

Dos DESencontros, aprendi que a única pessoa a quem devo um encontro demasiado tardio é comigo mesma.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ando devagar porque já tive pressa por essas ruas movimentadas. Onde em cada esquina, resta um pedacinho de muitos sonhos. Em cada banco uma lembrança viva, latente, gritante, buscando no fundo de cada partícula minha uma forma de reviver (?), ou não.
Nem mil anjos ou mil demônios atrevem-se a me puxar deste abismo diário de inconformidade e desalento. E até meus pés, que já andaram pelos quatro cantos desta terra simulam um movimento qualquer que os leve pra frente, que me leve pra frente. É como se fosse um processo ruminante, onde eu mastigo e saboreio cada segundo, deixando deslizar pela minha garganta o sabor doce, a conquista, a vitória. O semblante é o mesmo, mas eu já não escrevo mais sobre amor.
Pois ele acabou.
Quando chegou, abriu portas e janelas, convidando tantas coisas boas a fazerem parte desta festa que não fora premeditada. E todas essas coisas, vinham e me invadiam, brindavam comigo a cada vez que aquele sorriso infantil se mostrava - um caminho bom. Tão bom. Tão inocente. Puro.
Por tantas noites eu percorri aquelas estradas e todas as suas curvas, sentia aquelas pernas tão macias se entrelaçarem ao redor do meu corpo como se fosse a única forma de alcançar a redenção. Aquele perfume tão provocante que exalava de cada corpo, se unindo no ar, formando uma atmosfera de desejo e cumplicidade. Era amor tão puro, que arriscaria dizer que era pecado. Não um pedaço de mal caminho, mas o mal caminho completo. Era tão inconcebível, tão inconsequente que parecíamos duas crianças, descobrindo um mundo de adultos.
Tão maravilhada eu ficava a cada toque, cada carícia, cada olhar trocado durante aquela entrega que chega a ser ilusório saber que não chegamos ao fim. Ou sim, chegamos ao fim.
Com o tempo, aquelas janelas e portas foram enferrujando, o tempo foi corroendo todas aquelas coisas boas que brincavam de roda comigo e me carregavam no colo e tudo se perdeu.
Diariamente o que devia unificar os destinos, separava o corpo da alma e voava sem destino, procurando não entender o que se passava, embora eu tentasse, não poderia intervir.
Como o conto das pérolas, eu sabia que o fim se aproximava, se eu tivesse feito alguma coisa, dito o que realmente pensava, teria sido diferente (?). Eu tinha o colar de pérolas no bolso, e assim eu ficava acariciando tentando lutar contra o inevitável. Eu sabia, ainda existia amor. É inegável. Mas que tipo de amor? De repente nos tornamos irmãs, estranhas e inconvenientes num sentido mais amplo. A cumplicidade ainda existia, mas onde foi parar aquela adoração?
Moças mais atraentes, mais espertas, com mais vida que eu dispunha, mais amor do que eu dispunha (?), mais compreensão.. Mais qualquer coisa que eu negasse existir em mim, mas que sabia que estavam lá no fundo, esperando a palavra certa ou o movimento exasperador que define onde as pedras se encontram no caminho.
Por amor às causas perdidas eu já vivi.
Por amor às causas vencidas eu já chorei.
Por amor ao que ficou pra trás eu morro todo dia, esperando aquela ciranda do passado me consumir.
Tudo se resume ao final daquela festa.

domingo, 11 de setembro de 2011

Descobrindo Juni

Lembro daquele dia, vagamente. Não que não devesse lembrar, mas foi há muito tempo atrás.

Descobri nesse dia, que a cegonha existia, pois foi ela que trouxe ele. Lindo, de olhos verdes.. Gordinho, nesse dia também descobri que anjos existem e que ele seria o meu.

No dia em que ele chorou e instintivamente tirei toda a roupa e dei um banho de ketchup nele, descobri que eu faria qualquer coisa por ele. Sempre.

Um dia enquanto ele dizia palavrões sem mesmo saber o que significavam e recebeu pimenta na língua, sem pensar duas vezes eu dei a ele o meu rico kinder ovo. Descobri com ele o que é compaixão.

Um dia durante uma série de brigas, fomos amarrados abraçados para que apanhássemos juntos de castigo. Quando caímos na risada e cessaram as brigas entre choros e risos, descobri que nossas brigas podiam durar o tempo que fosse, mas que depois iríamos rir juntos disso.

Um dia eu cometi erros com quem nem merecia isso de mim. Entre os gritos de indignação dele e a vontade de me matar estampada na cara, eu descobri que ele era humano e que eu havia lhe decepcionado. Mas mesmo assim, descobri que tinha um amigo de verdade. Por me falar a verdade quando eu merecia ouví-la.

Um dia no ônibus quando estava sofrendo por alguém, dividimos o fone de ouvido que tocava "All I need" do beeshop. Ele encostou a cabeça em meu ombro e as lágrimas rolaram. Nesse dia, eu descobri que ele também tinha coração, assim como eu.

Um dia pulamos a janela pra fumar um cigarro no auge do inverno. No frio da rua, enquanto cantávamos músicas do Rouge e fumávamos, descobri que somos mais gays do que jamais pensamos ser e que somos felizes assim.

Por vários dias e noites fomos e voltamos juntos do cti, cantando e fumando aquele cigarrinho companheiro, faça sol ou faça chuva, esteja calor ou frio, seja dia ou noite. Assim eu descobri que ele era meu companheiro pra qualquer caminhada.

Quando ouvimos let it be juntos, montando aquele guarda-roupas, choramos e cantamos. Juntos. E nesse dia descobri que ele se sentia do mesmo jeito que eu e que nada mais seria como antes, pra todos nós. Em todos os sentidos.

Quando tive meu coração partido, ele deu a cara à tapa por mim. Disse o que pensava e me defendeu. Descobri a personalidade forte que ele tem, nesse dia.

Ontem levei uma bronca, por andar em "más companhias". Sabia que ele estava com a razão. Descobri o quanto ele se importa e quão maduro ele tinha se tornado, sem que eu percebesse o tempo passar pra nós. Agora era ele que tomava conta de mim.

Hoje olhando as nuvens, deitados ao sol, brincamos de descobrir desenhos em nuvens. Descobri que seremos os mesmos, um para o outro, para sempre. Riremos das mesmas coisas e choraremos pelos mesmos motivos.

Ouvi de alguém especial que nosso amor é além de um amor fraterno, um amor pra vida toda. Que parecemos a libélula e a flor, que a beleza desse sentimento puro, faz de nós invencíveis juntos. E olhando pro céu enquanto mexia na barba dele, descobri que seremos os melhores amigos e melhores irmãos pra sempre. E esse é o único amor que pode durar pra sempre.


Descobri nesses 19 anos de convivência que a vida só vale à pena se for pra ter alguém como tu do meu lado, acima de qualquer coisa. Eu te amo, Juni. Pra sempre =D






sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Olha, tudo por aqui me parece um tanto desconexo; quando digo aqui, me refiro ao lado de dentro.
Dentro de mim, entenda.
Às vezes tenho a sensação de que há um buraco tão profundo na minha alma, que parece existir lá no ponto mais ínfimo de mim um infinito negativo, que deixa tudo que passa pelo meu eu mais puro - escondido. Lacrado. Selado. E eu não consigo alcançar. Essa oscilação de camadas que me formam, guia tudo para uma parte de mim que até então não fui apresentada. Me desculpo pela amplitude do sentido vago que eu deixo solto em cada coisa, mas infelizmente eu sou o que há para o momento. Não posso prometer mundos se meus pés estão no chão e tão pouco posso te dar os céus se mesmo o meu coração ainda não retornou de lá. Esse vasto pedaço desconhecido que eu tenho ainda não me levou para qualquer lugar. Mas pior que isso, pode acabar levando nós duas nessa torrente de "estou longe daqui".
O espaço herdado de cada um é o que limita a qual distância nos é possível tocar o outro.
Nessa fenda imensurável, a única coisa que nos cabe é o tempo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Receita para se esquecer um grande amor

Às vezes eu fecho os olhos, inspiro e procuro sentir a presença de quem já não está por perto. É um método que eu inventei tempos atrás..., e uso sempre quando o amor se transforma em saudade.

Os grandes amores existem. As grandes paixões existem. Eles existem. Eles simplesmente existem. Eu desejo que todo ser humano possa sentir o que eu um dia já senti. Somente uns poucos minutos daquele entorpecimento juvenil, daquela inundação de sentimentos que enlouquecem, daquela loucura toda que te envolve, te amedronta, aquela confusão monstruosa que vivi quando amei. E quando fui amado. Uma paixão avassaladora que me fez acreditar que eu ainda permanecia vivo. Vivo e amando. E amado. Mas, agora, eu fecho os olhos para dormir. A cama cresceu tanto de tamanho, o meu peito cada vez está menor. E muito mais vazio. Ninguém a me ninar. A minha mão não encontra a sua. Quem foi que viu a minha Dor chorando?! (Augusto dos Anjos, "Queixas Noturnas". Mas, no meu caso, diurnas também). Eu quero uma receita para se esquecer um grande amor, o senhor tem aqui para vender? O preço não me interessa, eu só quero poder seguir em frente. Nem precisa ser em frente..., basta seguir. Porque A minha vida sentou-se/ E não há quem a levante (Mário de Sá-Carneiro, "Serradura").

E o vazio logo aparece, não dá um minuto de folga (“meter a cara no trabalho” é algo que também não tem funcionado). O telefone não toca naquela hora, a minha caixa de e-mails não tem pena de mim, já não tem novidade boa a me contar. Uma sensação leve e prematura de derrota logo se apodera da gente. Depois ela cresce. Já não é mais sensação, é derrota mesmo. Eu não tenho mais para quem escrever os meus defeituosos poemas, a quem dedicar meus pensamentos, quem vai me acalmar quando a agonia aparece sem avisar? Eu me sinto tão sozinho. Por vezes eu nem me sinto. Meus olhos não vertem lágrimas, o meu coração não dispara. Será mesmo que estou vivo? Ainda nem maldisse toda a minha sina e mazela, nem afoguei minhas (agora) crônicas mágoas na cachaça libertadora, também não há outro perfume no meu corpo. Viver é amar, um dia me explicaram direitinho. Eu era inocente e acreditei. Só inocentes e tolos crédulos aprendem isso, eu tive o azar de ser um deles. Nem ouso reclamar.

Quando acordei foi em você que eu pensei. Provavelmente pensei em ti durante toda a noite também, mas dessa vez tive a sorte de não recordar. Não importa como minha vida esteja seguindo, é sempre em seu sorriso que meus pensamentos se convergem. Não há fuga nem plano B. Eu aprendi que não é te esquecendo que irei me livrar de você. Não importa quanto tempo transcorra, jamais me esquecerei daquela noite, aquela, quando estupefata você ouviu minha curtíssima e derradeira declaração de amor. Metade do tempo eu reflito sobre o que ela significou e o que ela irá se tornar em alguns parcos anos. Logo, meu coração será de outra, as suas coisas queimarei no quintal (afastando a cachorra para que não se queime) e essa frase eu voltarei a dizer. Mas não para ti, jamais para ti, nunca mais para ti... Você será apenas uma lembrança, feito tantas outras, e eu serei apenas uma lembrança para você... feito tantas outras. Já não me amas? Basta! Irei, triste, e exilado/ Do meu primeiro amor para outro amor, sozinho (Olavo Bilac, "Desterro").

Quem errou mais? Isso não importa agora, logo, posso ficar com toda culpa pelo nosso fracasso. Sempre sonhei com algo diferente, como nos contos de fadas e nos pagodes de três notas (e se me perguntam Que era mesmo que eu queria?/ ”Eu queria uma casinha/ Com varanda para o mar/ Onde brincasse a andorinha/ E onde chegasse o luar”, Vinicius de Moraes, "Sombra e Luz"). A realidade foi deveras distinta disso, só Deus é testemunha das minhas queixas. Mas, nesse momento, nada disso importa, nada do que doeu agora importa. Eu vou ficar aqui, sozinho, com minhas lembranças e nosso fracasso. Vou lembrar das partes boas, para me emocionar com a saudade. Não lembrarei de nenhuma briga, nem nada disso! Eu quero uma receita para esquecer dos momentos ruins, dos bons eu não preciso. Não preciso e não quero. Para que esquecer do que me orgulho? Do que me fez feliz? Deixa a saudade me machucar, meu anjo, uma hora ela se cansa. Eu não abro mão de recordar o quanto fomos felizes. Acabou, mas não sem muito amor. É o fim, mas não antes de muitas promessas de eterna felicidade. É isso o que vale, afinal. Eu busco isso a cada instante de minha vida.

Mas agora ele está lá e eu aqui. Ele está lá seguindo a vida dele, e eu estou aqui, seguindo a minha. Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte (Neruda, "Aqui eu te amo"). Ela esta lá vivendo a vida dela como se nada tivesse acontecido. Acho, realmente não sei dizer (Teus olhos são duas silabas/ Que me custam soletrar./ Teus lábios são dous vocábulos/ Que não posso,/ Que não posso interpretar Fagundes Varela, "Canção Lógica"). Eu aqui, não triste, mas saudoso. Às vezes eu olho para os céus para descobrir se sinto algo de novo. Quem sabe um daqueles meus suspiros. Passo horas olhando as estrelas, sem entender por que elas brilham. Elas deveriam fazê-lo somente quando você fosse minha, não em qualquer situação. Mas você segue a sua vida, almoça feliz e se diverte enquanto procuro a receita para te esquecer. Sei que não irei sofrer, o que me castiga é a saudade. Não irei chorar, nem lamentar, tampouco desejar a morte. Irei apenas seguir em frente, sozinho agora, às vezes pensando: o que será que ela faz nesse momento?, agora que chove lá fora! O que será que ela faz? Será que pensa em mim? Será que sorri? Eu abro os braços para envolver a minha vida.

Lembra da música da Elis? Vou querer amar de novo e se não der eu não vou sofrer...? Preciso te dizer a verdade: se isso acontecer, eu vou sofrer sim, meu coração só existe para amar de novo, espero que você entenda. Eu sigo a minha vida por aqui, você continue a sua por aí. Se consegui a receita para se esquecer de um grande amor? Não, parece que isso não existe mesmo. A minha é seguir em frente, então, e quando não der, chorar, não há problema nenhum isso, quem aprende a amar, aprende a chorar também (Paulinho da Viola, "Amor Amor") . Eu aprendi, pratiquei contigo, jamais te esquecerei.

Cantemos a canção da vida,/ na própria luz consumida...

(Mario Quintana, "Inscrição para uma lareira")

"O ganhador", Lêdo Ivo (sempre ele!):

Tudo o que ganhei se desfez no ar como uma metáfora.
Agora só guardo o que perdi:
o vento que soprava na colina,
a neve que caía no aeroporto
e o teu púbis dourado, o teu púbis dourado.


Marcelo Maroldi

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A quem interessar possa...

Eu não tenho culpa. Não fui eu quem fez as coisas ficarem assim desse jeito que não entendo, que não entenderia nunca. Você também não tem culpa, vou chamá-lo de você porque nin-guém nunca ficará sabendo, nem era preciso, a culpa é de todos e não é de ninguém. Não sei quem foi que fez o mundo assim horrível às vezes quando ainda valia a pena eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes muito antes dos edifícios dos bancos da fuligem dos automóveis das fábricas das letras de câmbio e então quem sabe podia tudo ser de outra forma depois de pensar nisso eu ficava alegre quem sabe quem sabe um dia aconte-ceria mas depois pensava também que não ia adiantar nada e tudo começaria a ficar igual de novo no momento que um homem qualquer resolvesse trocar duas pedras por um pedaço de madeira porque a madeira valia mais e de repente outra vez iam existir essas coisas duras que vejo da janela na televisão no cinema na rua em mim mesmo e que eu ia como sempre sair caminhando sem saber aonde ir sem saber onde parar onde pôr as mãos os olhos e ia me dar aquela coisa escura no coração e eu ia chorar chorar durante muito tempo sem nin-guém ver é verdade tenho pena de mim e sou fraco nunca antes uma coisa nem ninguém me doeu tanto como eu mesmo me dôo agora mas ao menos nesse agora eu quero ser como eu sou e como nunca fui e nunca seria se continuasse me entende eu não conseguiria não você não me entendeu nem entende nem entenderia você nem sequer soube sabe saberá amanhã você vai ler esta carta e nem vai saber que você poderia ser você mesmo e ainda que soubesse você não poderia fazer nada nem ninguém eu já não acredito nessas coisas por isso eu não te disse compreende talvez se eu não tivesse visto de repente o que vi não sei no mo-mento em que a gente vê uma coisa ela se torna irreversível inconfundível porque há um mo-mento do irremediável como existem os momentos anteriores de passar adiante tentando arrancar o espinho da carne há o momento em que o irremediável se torna tangível eu sei disso não queria demonstrar que li algumas coisas e até aprendi a lidar um pouco com as palavras apesar de que a gente nunca aprende mas aprende dentro dos limites do possível acho não quero me valorizar não sou nada e agora sei disso eu só queria ter tido uma vida completa elas eram horríveis mas não quero falar nisso podia falar de quando te vi pela primeira vez sem jeito de repente te vi assim como se não fosse ver nunca mais e seria bom que eu não tivesse visto nunca mais porque de repente vi outra vez e outra e outra e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces não me importo de ser vulgar não me importa o lugar-comum dizer o que outros já disseram não tenho mais nada a resguardar um momento à beira de não ser eu não sou mais tudo se revelou tão inútil à medida em que o tempo passava tudo caía num espaço enorme amar esse espaço enorme entre mim e você mas não se culpe deixa eu falar como se você não soubesse não se culpe por favor não se culpe ainda que esse som na campainha fosse gerada pelos teus dedos eu não atenderia eu me recuso a ser salvo e é tão estranho o entorpecimento começa pelos pés aquela noite eu ainda esperava quase digo sem querer teu nome digo ou escrevo não tem importância vou escrevendo e falando ao mesmo tempo com o gravador ligado é estranho me desculpa saí correndo no parque e me joguei na água gelada de agosto invadi sem ter direito a névoa dos canteiros destaquei meu corpo contra a madrugada esmaguei flores não nascidas apertei meu peito na laje fria do cimento a névoa e eu o parque e eu a madrugada e eu costurado na noite cerzido no escuro porque me dissolvia à medida em que me integrava no ser do parque e me desintegrava de mim mesmo preenchendo espaços aqueles enormes es'paços brancos terrivelmente brancos e você não teve olhos para ver que o parque era você a água você a névoa você a madrugada você as flores você os canteiros você o cimento você não teve mãos para mim só aquela ternura distraída a mesma dos edifícios e das ruas mas eles me desesperavam você me desesperava eu não quero falar nelas mas elas estão na minha cabeça como os meus cabelos e as vejo a todo instante cantando aquela canção de morte a minha carne dilacerada e eu ridículo queria ter uma vida completa você não se parecia com Denise tinha os olhos de mangaba madura os mesmos que tive um dia e perdi não sei onde não sei por que e de repente voltavam em você nos cabelos finos muito finos finos como cabelos finos 'minto que me bastaria tocá-los para que tudo fosse outra vez mas não toquei eu não tocaria nunca na carne viva e livre eles me rotularam me analisaram jogaram mil complexos em cima de mim problemas introjeções fugas neuroses recalques traumas e eu só queria uma coisa limpa verde como uma folha de malva aquela mesmo que existiu ao lado do telhado carcomido do poço e da paineira mas onde me buscava só havia sombra eu me julgava demoníaco mas não pense que estou disfarçando e pensando como-eu-sou-bonzinho-porque-ninguém-me-ama eu me achava envilecido me sentia sórdido humilhado uma faixa de treva crescia em mim feito um câncer a minha carne lacerada estou dentro dessa carne lacerada que anda e fala inútil a carne conjunta das xifópagas e o vento um vento que batia nos ciprestes e me levava embora por sobre os te-lhados as cisternas as varandas os sobrados os porões os jardins o campo o campo e o lago e a fazenda e o mar eu quero me chamar Mar você dizia e ria e ríamos porque era absurdo alguém querer se chamar Mar ah mar amar e você dizia coisas tolas como quando o vento bater no trigo te lembrarás da cor dos meus cabelos você não vai muito além desses príncipes pequenos suas palavras todas não tenho culpa não tenho culpa eram de quem pedia cativa-me eu já não conseguiria bem lento eu não conseguiria eu não sei mais inventar. a não ser coisas sangrentas como esta a minha maneira de ser um momento à beira de não mais ser não me permite um invento que seja apenas um entrecaminho para um outro e outro invento mesmo a destruição tem que ser final e inteira qualquer coisa tem que ser a última uma era inteira e a outra nascia da cintura e existia só da cintura para cima como um ipsilone mole esponjosa uma carne vil uma carne preparada por toda uma estrutura de guerras epidemias pestes ódios quedas eu me sentia culpado ao vê-Ias assim nosso podre sangue a humanidade inteira nelas que não riam e cantavam aquela sombria canção de morte brutalmente doce elas cantavam e minhas costas doíam como se eu sozinho as sustentasse e não uma à outra mas eu eu com este sangue apodrecido que assassina crianças de fome droga adolescentes bombardeia cidades e também você e todos nós grudados indissoluvelmente grudados nojentos mas me recuso a continuar ninguém sofrerá por mim sem mim chorar ninguém entende nem precisa nem você nem eu o anel que tu me deste sobre a folha que me contém sem compreender sem compreender que você carrega toda uma culpa milenar e imperdoável a História como concreto sobre os teusmeusnossos ombros Cristo sobre nossos ombros todas as cruzes do mundo e as fogueiras da inquisição e os judeus mortos e as torturas e as juntas militares e a prostituição e doenças e bares e drogas e rios podres e todos os loucos bêbados suicidas desesperados sobre os teus meus nossos ombros leves os teus porque não sabes sim sim eu tenho culpa não é de ninguém esse desgosto de lâmina nas entranhas não é de ninguém esse sangue espantado e esse cosmos incompreensível sobre nossas cabeças não posso ser salvo por ninguém vivo e os mortos não existem a fita está acabando começo a ficar tonto a dormência chegou quem sabe ao coração talvez eu pudesse eu soubesse eu devesse eu quisesse quem sabe mas não chore nem compreenda te digo enfim que o silêncio e o que sobra sempre como em García Lorca solo resta el silêncio un ondulado silêncio os espaço de tempo a nos situar fragmentados no tempoespaçoagora não sei onde fiquei onde estive onde andei nada compreendi desta travessia cega a mesma névoa do parque outra vez a mesma dor de não ser visto elas gritam sua canção de morte este sangue nojento escorrendo dos meus pulsos sobre a cama o assoalho os lençóis a sacada a rua a cidade os trilhos o trigo as estradas o mar o mundo o espaço os astronautas navegando por meu sangue em direção a Netuno e rindo não não quebres nunca os teus invólucros as tuas formas passa
Lentamente a mão do anel que eu te dei e era vidro depois ri ri muito ri bêbado ri louco ri ate te surpreenderes com a tua não dor até te surpreenderes com não me ver nunca mais e com a desimportancia absoluta de não me ver nunca mais e com minha mão nos teus cabelos dis-tante invisível intocada no vento
Perdida a minha mão de espuma abrindo de leve esta porta assim:

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Você foi...
O maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci

Você foi...
Dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples pra mim

Você foi...
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu

E é por essas e outras
Que a minha saudade
Faz lembrar
De tudo outra vez.

Você foi...
A mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu

Você foi...
O caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...

Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...

Ah!
Você foi!
Toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi!
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez....


Pelo 23..

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

Arnaldo Jabor

sábado, 20 de agosto de 2011

Eu entro no buraco no chão atrás do coelho branco. E começa uma viagem surreal, como se eu fosse mesmo parte do livro, como se fosse tudo surrealmente real.
Uma tarde fria, seca, ensolarada e nós. Atravessando por mares tão conhecidos rumando para qualquer lugar que nos tire do tédio. As aves gritam, não sei se de frio, não sei se de fome.. E seguimos viagem. Durante alguns momentos silenciamos, sem uma palavra trocar. De repente confissões inesperadas sobre o que realmente somos, na individualidade de cada uma.

-Eu gosto de mar.
-Eu gosto da lua. Quando tá pertinho.. Mas esse sol tá bonito, olha lá - e aponto
-Mas vai chover.. nosso passeio vai ficar mais divertido..

Passamos por entre becos e ruas estreitas, te toco as vezes só pra saber se és de verdade. E és.
Estás realmente aqui.. Mas é engraçado, parecemos personagens de filmes diferentes, que se unem pra contar uma história inventada pra fazer acalmar os corações. Então seguro a tua mão.

-Adoro as tuas mãos quentinhas..
-Estão sempre quentes..
-É. Eu gosto disso em ti..
-Vem tá começando a chover! Me pega!

Eu corro e caímos no buraco numa velocidade quase que nula e enquanto caímos, posso observar teus movimentos lentamente e a forma como teus lábios libertam as palavras.. Me encantas, sabia?

-Tá muito frio, vamos beber algo! Uma cachaça forte!
-Vamos! Eu te espero aqui..

Volta com o copo de whisky cheio de vodka com suco de laranja.

-Bebe, pra esquentar..

Bebo. Olho nos olhos e continuamos caindo, sem saber onde vamos chegar, nem se vamos parar.

-Sou mulher de uma noite apenas.
-Tenho apenas uma chance pra te conquistar. Um segundo de um minuto inteiro.
-Use bem esse minuto que tens..

Enquanto caímos troco coisas de lugar, como que compactasse tudo e jogasse em uma pasta velha cheia de fotos e cartas e lembranças que só não jogo fora pois tenho pena de um dia precisar deles e não estarem mais lá. Tenho medo.
Pego tua mão, sinto teu cheiro.

-Deita no meu colo, deixa eu te dar carinho..

Não.. não. não..não.. não posso. De novo não, não posso sentir isso de novo. Como quem gosta de tapar uma ferida com outra. É, eu gosto. E já estou sentindo. Gracias. E como é bom.

-Não me provoca, sou masoquista. E Sádica. Me diz tudo que queres que eu faça, que eu farei tudo ao contrário.. É sério. Muito sério.
Eu falo. Tudo que não quero sentir, rezando pra sentir logo. -Não me pega assim, não me toca assim, não me beija assim.

-Então eu farei tudo ao contrário do que esperas.. Não gosto de satisfazer expectativas.

Pronto. Chegamos. Entramos nesse lugar estranho para nós duas, mas curioso.

-Dois cafés, por favor. Te conquisto com o café e o cigarro. Vou aproveitar bem esse minuto, prometo.
-Foi divertido, devemos fazer isso mais vezes.. por mim, podemos fazer sempre.
-Quero te ver essa noite, vamos dormir de conchinha?
-VAMOS!

Não sofro com a pretensão de ser alguém importante, não. Sinto cada pedacinho de nós tão perto nesse momento, enquanto minha mão passeia pelo teu cabelo que já não penso em nada.
Me entrego e perco o pudor, na melhor definição do que acontece. Perdemos o pudor.
E continuamos caindo e perdendo e achando e.. Na simplicidade do que é terno, sinto teu beijo e te sinto, como ainda não havia sentido ninguém..

Se vou acordar? Não sei.. Um dia de cada vez, pois eu posso ter a necessidade de ter alguém diferente amanhã de manha..

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Existe algo mais real do que um fantasma?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegariamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.


Você não ligou quando eu disse para ter cuidado..

Luz e sentido e palavra, palavra
É que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...

Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante...

Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...(2x)

Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato...

Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...{4x}

Ou então não terás jamais
A chave do meu coração...

Luz e sentido e palavra, palavra
É que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...

Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante...

Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...(2x)

Não digo nada
Espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou
Me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar
Tão preocupado assim...

Mesmo se eu cantasse
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato...

Mas se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Eu estarei aqui...{4x}

Ou então não terás jamais
A chave do meu coração...

mas quando a onda passa...

terça-feira, 16 de agosto de 2011



Eu me torturo diariamente só pra ter o gostinho de te amar mais um pouco, mesmo que seja na dor.


Só assim.. sinto você bem perto de mim.. outra vez...

1 e 1 e 1

É estranho como algumas coisas podem ter várias interpretações ao mesmo tempo. Eu vejo cada uma delas e imagino um milhão de coisas que podem estar se passando dentro da tua cabeça, mas sempre vem aquele feeling de imaginar tu dizer "tu entende tudo errado" "isso não tem nada a ver" ou "bah tais viajando" ¬¬
Se tantas vezes eu tivesse entendido as coisas do jeito que eu sabia que elas eram (e não procurando algo oculto ou alguma coisa errada), talvez eu não estivesse aqui escrevendo sobre isso agora.

Foi um mês difícil. Ter de me deparar com tanta coisa pra resolver e não ter o teu abraço pra me confortar, não ter o teu 'boa noite' pra ter um sono tranquilo, tem sido muito difícil essa adaptação. Eu não sabia que era tão dependente assim até descobrir da pior forma possível que eu realmente era.
Eu ouço várias coisas.. Às vezes tudo faz sentido, mas de repente já não vejo mais razão pra acreditar que isso é o certo. Não é consolo algum ouvir, seja de quem for, que não é culpa minha. Nunca foi e nem nunca será consolo.

Das coisas que eu ouço de ti, tão poucas fazem sentido.. Algo que eu ainda acredito com toda a força do meu coração é que ainda existe amor. Eu sei disso. Não há motivos ou razões suficiente bem argumentadas pra dizer que o amor acabou. Não, eu não acredito nisso.
E sabe o que é pior? Eu sei que nem tu acredita nisso.

Fico pensando.. Se buscar a felicidade não era o nosso plano, irmos buscá-la juntas.. E se tu desistiu desse plano, valeu mesmo à pena jogar tudo o que construímos ao longo dessa caminhada fora, pra buscar um sonho sozinha? Vale à pena viver tudo o que a gente sonhou ou mais até, distantes?

Se era uma confusão interna.. Eu não poderia estar ali pra te ajudar e te dar bons motivos pra vencer isso juntas? Acredito que nos devíamos isso. Acredito que era o melhor a se fazer.

Sinto tua falta todos os dias.. Tu eras o colorido da minha vida. Teu amor me fazia querer ser o melhor que eu pudesse pra mim, pra ti, pra nós.. Sinto tua falta agora, senti tua falta ontem, vou sentir amanhã.. Cada dia que passar a tua ausência vai doer um pouco mais, pois cada dia é um mais distante do meu sonho bom.

Não te culpes por me fazer sofrer, juro. Se tiveres algum peso, que seja então o peso de saber que eu não escolha, Eu fiquei sem alternativas, pois tu preferiu assim..

"Não me esqueça por tão pouco
Nem diga adeus por engano "

Estamos separadas há exatamente 1 mês e 1 dia e a 1 semana de completar 2 anos juntas.

Irônico né? Nunca pensei que eu fosse odiar tanto a matemática. Mas quando se trata da matemática que conta o tempo que estou longe de ti, eu preferia mil vezes ser das humanas, como tu. Talvez se eu fosse mais humana eu conseguisse te entender e te fazer feliz..


domingo, 7 de agosto de 2011

Tudo parou
Você falou
Como se você calculara
Pra me magoar

Eu me virei e caminhei
Não mais olhei
Pra tua cara
Descobri o que é chorar

A visão turva
Água da chuva
Não mais iria simular
A lágrima

Quando eu cheguei
Me deparei
Com que eu iria te mostrar
Caso eu ouvisse o sim
Você não sabe o quanto eu planejei
Muito menos o quanto que eu chorei
Ao perceber que você se foi

Você nem em sonhos consegue ver
Tudo o que eu escrevi pra você ler
Ou para eu recitar pra você dormir...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"Quando você ama alguém como eu amava, essa pessoa faz parte de voce. É como se estivessem ligados por um elo invisível e não importa quão distante estejam. Voce sempre pode sentí-la. E agora sempre que eu alcanço esse elo, sei que não há ninguém do outro lado e sinto como se estivesse caindo no nada."

Eu também nunca vou calar sua boca com um beijo e nenhuma das nossas brigas vão acabar na cama. Eu nunca vou te observar enquanto você dorme e nunca vou fazer cafuné em você quando você estiver com a cabeça deitada no meu peito. Não vamos passar tardes assistindo filmes românticos debaixo das cobertas e comendo brigadeiro. Também não vamos passar madrugadas acordados conversando. Nossos planos não vão se concretizar. Não vamos contar aos nossos filhos a longa e estranha história sobre como nos conhecemos. As pessoas não vão olhar pra nós e falarem sobre como nós somos bonitinhos juntos. Não vamos discutir sobre quem vai levantar pra apagar a luz do quarto. Não vamos ter um futuro.Tudo isso poderia ter acontecido, mas não vai. Porque nós dois fomos feitos pra nos conhecermos, nos apaixonarmos, mas não pra ficarmos juntos.

=(

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Pepsi, se ela continua sorrindo, se ele continua dançando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Martha Medeiros

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Need you now..

O curioso dessa música, é que a primeira vez que eu a ouvi eu lembro que tava com o coração apertado de tanta saudade... eu estava em casa e tu estava em SVP e quando tocou no Glee eu pensei -Nossa! essa música é minha..
Mas pensei duas vezes e pra não ouvir - Não sei como tu consegue gostar dessa viadagem de Glee; eu pensei duas vezes e resolvi não te mostrar..

Dada a situação, a cada vez que eu a ouço sinto mais vontade de cantar pra ti..

No fim eu axo que tu terias gostado..


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Egoísmo?

Sentir falta das coisas que se teve, dos momentos bons, recordar um tempo que se era feliz..
Isso é recorrente nos meus dias.. Mas será que é egoísmo? Querer voltar apenas pelo que foi bom?
Não será egoísmo querer o outro apenas pelo bem que lhe faz?
Eu não sei. Talvez eu seja egoísta mesmo.
Mas será que só eu penso antes de dormir, que falta alguma coisa?
Pra mim falta.. falta o boa noite e o "eu te amo", falta o carinho, falta a certeza de que tava com alguem que me valorizava, alguem que me abraçasse, alguem que se sentisse segura comigo (não me diga AGORA que não), falta ela.. E falta o "nós" de tardes de risadas e chocolates e guloseimas e amor..

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mais do que algumas palavras entaladas na garganta e mais do que qualquer sensação comprada era necessário que o desconhecido se fizesse presente pra te provar que tudo foi real.
Nada de despedidas. Não faz o nosso tipo se despedir como o viajante que abandona o local foi conhecer de visita e quis se instalar pro resto da vida. Qual a razão de fazer sentido, quando tudo o que se quer é viver uma vida de badalação e bocas com sabores diferentes?
Não, não minha cara. O sentido é inexistente mesmo. Ou esse é o sentido?
O tempo dispara no ponteiro e dá pra ver que faz pouco que tudo mudou. Deito pra dormir e fico lembrando de tudo.. a realidade se confunde com a fantasia de viver tudo de novo e eu te procuro do meu lado.. nunca está.



terça-feira, 19 de julho de 2011

Não não.. Sim sim

Tem sido dias difíceis de entender o que aconteceu.. Juro que te escrevo todas as noites antes de dormir.. E um dia receberás tudo que eu senti, mas só quando já tiver passado...
Eu não quero mais sentir essa dor toda que eu tô sentindo, pois é muito mais difícil pra mim aceitar te perder, sem nem saber o que aconteceu.
Cansou? Sim, com certeza. Parece que o principe se transformou num chato, de fato.
O príncipe que constumava te tratar como uma princesa sempre, mimando, amando e dando carinho. Mas o que o principe deixou de dar? Aventuras, sexo em lugares públicos, adrenalina, paixão?

Nada disso o principe deixou de oferecer sozinho.. As tentativas de reanimar esse relacionamento, já eram póstumas. Pois dentro de ti jazia qualquer sentimento que pudesse ser nutrido por mim.
Qual o prêmio? não sei. Noites de aventura e todo o resto da parafernália que o príncipe não dava, agora ela tem com desconhecidos (ou conhecidos?). Tanto faz.

Do que eu sentia, eu tenho certeza. Mesmo quando o óbvio e indubitável fosse o ponto final, eu ainda acreditava em tudo que já havia ouvido e que era o alicerce de toda a fé que eu depositava em ti: "enquanto houver amor..".

Então o amor acabou. Ponto. Choro toda vez que lembro do teu sorriso e tuas caretas franzindo o nariz pra mim, quando eu precisava dar uma risada. Eu sempre dizia - Bahh! mas que guria..

Toda essa dor que eu sinto agora, será canalizada para um bem maior. Tentar livrar o meu coração de mais essa bomba atômica inevitável que explodiu dentro dele.

Caras como eu, te amaram e fizeram tudo que estava ao alcance.
Pequei por te amar? Não. Pequei por acreditar que te fazia feliz.
Te amei e por mim te amaria pro resto da vida. Mas a busca pelo desconhecido falou mais alto dessa vez. "O normal me cansa, baby" ? Sim, o normal te cansa.

Me isento de toda a culpa e todos os percalços que dilaceraram nossos corações.
Eu quis. Eu não desisti.

A máxima que prevalecerá: " se você não sabe onde ir, qualquer lugar serve".

Em qualquer lugar que te sirva, tu não terias quem te mimasse, te desse um braço ao redor do corpo pra dormir e um beijo na testa, seguido de um "boa noite meu amor, eu te amo".

Mas qualquer coisa, foi melhor do que isso.


terça-feira, 3 de maio de 2011

Dedicado à minha namorada:

Eu sei
Que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas
Que podem
Magoar e te ofender
Mas cada um
Tem o seu jeito
Todo próprio de amar
E de se defender

Você me acusa
E só me preocupa
Agrava mais e mais
A minha culpa
E eu faço e desfaço
Contrafeito
O meu defeito
É te amar demais

Palavras
São palavras
E a gente
Nem percebe
O que disse
Sem querer
E o que deixou
Pra depois

Mas o importante
É perceber
Que a nossa vida
Em comum
Depende só
E unicamente
De nós dois

Eu tento
Achar um jeito
Pra explicar
Você bem que podia
Me aceitar
Eu sei
Que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
Mas é assim
Que eu sei te amar

Um Jeito Estúpido de Amar- Roberto Carlos

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Não Vou Me Adaptar - Titãs

Composição: Arnaldo Antunes

Eu não caibo mais
Nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais
A casa de alegria
Os anos se passaram
Enquanto eu dormia
E quem eu queria bem
Me esquecia...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Eu não tenho mais
A cara que eu tinha
No espelho essa cara
Não é minha
Mas é que quando
Eu me toquei
Achei tão estranho
A minha barba estava
Desse tamanho...

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

Eu não queria perder o que sempre foi meu..

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Enquanto eu tomo o meu chimarrão aqui sentada, eu vejo o Embaixador passando de um lado pro outro.. Eu te juro que eu não queria pensar mais nisso..
Mas eu não consigo..

Irônico?

O meu Media Player mesmo no Random, parece entender o que eu to sentindo quando toca aleatóriamente "Se despedir depois se encontrar.. Sabendo que nada vai mudar.. A condição de estarmos os dois aqui.."

Agora eu entendo realmente o sentido de "Fechando os olhos pra imaginar, eu vasculho as caixas do meu tempo.. Tentando achar um dia a mais pra viver com você.."

Mais um Embaixa passou pra aí.. Pra me lembrar de que eu não vou mais ter que fazer essa viagem.. Então ficou tudo pra trás mesmo..

Eu não sei explicar esse nó na garganta, esse aperto no meu peito quando eu tento entender o que acontece/aconteceu.. Só sei dizer que ontem senti meu coração pulsando ao lado do meu ouvido quando tocou o telefone e eu sabia que era tu, mesmo ser ver no identificador de chamadas..

Sabe.. é completamente fora da minha realidade tentar entender ou organizar os fatos cronologicamente dentro da minha cabeça.. Eu não sei quando isso começou ao certo, não sei com que velocidade as coisas foram acontecendo.. E me parte o coração em 20.000 pedaços tomar meu chimarrão agora e olhar pra garrafa e lembrar que numa garrafa igualzinha a essa a gente tomava chimarrão em Sta. Vitória.. Eu te levava ,pra faculdade, fazia a janta, a gente dormia de conchinha no frio...

E agora toca "E o que fazer se o plano não funcionar? se a caminhada é em vão? quem é que vai me guiar, andando na escuridão?"

Eu não vejo jeito de parar essa dor...

Me diz o que fazer... Sem ti fica tudo mais difícil...

"Eu exagero nas palavras, mas nos meus versos.. EU SÓ ENCONTRO VOCÊ..."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

No more broken hearts..


Chega a ser irônico.. Hoje é celebrado o dia dos namorados (Valentine's day) nos EUA.
O que há de irônico nisso? Eu aqui no Brasil, provando o gosto mais amargo, o gosto da separação..
A única razão em estar blogando, é pq não aguento as pessoas me dizerem "não adianta chorar"..
DEIXA EU CHORAR PORRA!
Deixa eu sofrer quietinha, eu não to incomodando ninguém..
Deixa eu remoer, deixa eu procurar onde que eu errei.. silenciosamente, dentro da MINHA cabeça..
ME DEIXA!
Seu eu não consegui resolver os meus conflitos em conjunto, deixa eu resolver sozinha a parte que me cabe... que é o que fica dentro de mim.
E o que fica, além do amor, da saudade e da tristeza é um sentimento incrédulo sobre relacionamentos..
Não quero mais acreditar que as coisas podem dar certo.. juro, não quero.
Como agir quando tudo foge por entre os dedos? eu não sei oq dizer..
Te quero, te amo, preciso de ti.. Creio, com todas as forças.. Mas em que momento paramos de acreditar em nós??
Eu vou ficar aqui, o tempo vai passar.. quem sabe o que vai acontecer?
QUALQUER COISA NÉ?

Como vou conseguir fumar o meu cigarro agora, se ate ele tem o gosto de namorar contigo?
Nenhum alívio imediato à vista..
Mudo de cigarro? Paro de fumar? Nada te tira de mim..
Nada..
Nada..

Acho que nunca vou conseguir te dizer o quanto te amo, nem o quanto ainda sofro.. Por nós..